sexta-feira, 25 de julho de 2014

CASA DE VÓ

Dizem que  netos são os filhos com açúcar
E os avós, pais açucarados são
Que vida de avós e netos é um doce
A mais perfeita mistura de gerações
E quem afirma que avós estragam netos
certamente não viveu essa emoção

Netos ensinam a quem já passou da idade
Brincar no parque e comer algodão doce
Correr na rua e andar de bicicleta
Montar joguinhos como se criança fosse
Ser cientista em experiências diversas
Brincar de bola e de estátua fazer pose

Pai duas vezes, o avô bate no peito
Bagunça de neto pra ele é arrumação
O pai educa, o avô bota defeito
Abusando do direito que lhes dão
E se ao filho amou com devotamento
Ao netinho ama com toda paixão

A vó reclama do cansaço e da bagunça
Quer descansar em silêncio absoluto
Mas se um dia o neto falta em sua casa
Ela entristece como quem está de luto
Reclama e ama com a mesma intensidade
Aí o neto se aproveita,  bem astuto

Casa de vó, é casa onde tudo pode
As paredes viram quadro de escrever
As cadeiras viram carro e caminhão
As almofadas viram casa de esconder
Pulam na cama e sobem no sofá da sala
E a vó coruja, vendo, finge que não vê

Amor ao neto é sem limites, sem fronteiras
E toda vó diz que seu neto é o mais perito
O mais sabido,  o mais esperto e especial
Amor de avó é sem tamanho e irrestrito
E quem duvida do que diz esse poema
Prove a uma vó que existe um neto mais bonito.

Marlene Souza




terça-feira, 15 de julho de 2014

A VIDA NÃO TEM BIS

Hoje a saudade chega forte e me oprime
Sem perceber outra vez falo o teu nome
Eu me pergunto onde está meu doce amor
E o que fazer com essa dor que me consome

Tantas lembranças me traz o céu estrelado
Onde cintila o brilho dos olhos teus
Iluminado meus passos que te procuram
Mas teu caminho há tempos não é o meu

Meu coração cheio de pranto fica mudo
Sufoco o grito que está preso na garganta
A minha angústia disfarço, quero escondê-la
Ao mundo mostro uma alma triste que canta

Quanta Saudade do que passou tão depressa
Mas que deixou invisíveis cicatrizes
Num adeus sofrido, sem razão nos separamos
Não nos deixamos permitir sermos felizes

E hoje vemos que a vida não tem bis
Sofremos nós mas restou um terno amor
Se nos olharmos não precisamos falar
Juras eternas, promessas,  basta calar
Pra reviver o sentimento que ficou

Marlene Souza