sexta-feira, 27 de junho de 2014

CAMINHOS DA MINHA INFÂNCIA

Caminhos da minha infância aonde andei
Correndo livre como o vento em desatino
Estais tão longe te apequenas na memória
Tu és igual,  mas mudou tanto o meu destino

Representavas a avenida da minha vida
Onde passavam meus sonhos a desfilar
Te achava largo, como a imensidão do céu
Hoje és vereda onde mal posso passar

E tanto tempo se passou e eu voltei
Tão diferente te encontrei do que lembrava
A porteira que eu via pesada e grande
Virou cancela, meu lar já não mais estava

A casa de meu vô em frente à minha
Era tão longe,  de uma pra outra eu corria
Verifiquei que em apenas alguns metros
Distanciava do chalé onde eu vivia

Não encontrei primas, amigas que brincava
Com as pedrinhas, no jogo: Escravos de Jó
De pula-corda, petecas de palha de milho
De Amarelinha, equilibradas num pé só

E no açude tão grande igualzinho ao mar
Só tinha um poço, tão pequeno,  sem tamanho
Veio à lembrança do medo que eu sentia
De afogar-me quando ia tomar banho

O umbuzeiro imenso, tocando o céu
Onde eu subia pra brincar com meus irmãos
Virou apenas um arbusto maiorzinho
Molhei meus olhos de saudades,  de carinho
Prefiro vê-los como está no coração.

Marlene Souza


E.....

E eu andei pelas campinas verdejantes
E colhi flores campestres pra te ofertar
Flores daquelas que enfeitaram nossa infância
E elas brotaram bem longe, juntinho ao mar

E eu montei com carinho um vaso lindo
E era como se tu estivesse ali
Só que durou tão pouco, elas murcharam
Pois como eu, sentiram Saudades de ti

E eu lembrei quando um dia perguntei-te
Diz-me uma coisa que faça lembrar você
Tu me dissestes num sorriso tão sereno
A praia: lembres de mim quando a ver

E eu me volto para o mar e vejo a praia
Com suas ondas prateadas pela lua
E vejo nelas os teus olhos me fitando
Lágrimas teimosas banham minha face nua

E eu me pergunto : como estais? Onde te encontras?
Que dimensão vives agora a habitar?
Mas sei que a vida ainda juntará nós dois
Num novo dia  que virá para nós dois
Doce ventura de um outro reencontrar.

Marlene Souza








NOSSAS LÁGRIMAS

Quantas lágrimas já rolaram no meu rosto
Depois que a vida achou de nos separar
Sequei meu pranto no amigo travesseiro
Tu estavas livre para viver e amar

Eu procurava esvaziar meus pensamentos
Tentei deixar meu coração livre de ti
Mas tu vivias caminhando nos meus sonhos
Reacendendo a dor de te ver partir

Segui em frente e juntei os meus pedaços
Troquei teus olhos pelo olhar azul do mar
Me permiti acreditar que tudo passa
Deixei o sol me aquecer, me iluminar

Aquela dor somente a mim me pertencia
Da tua vida ela não participava
Todo esse tempo não pensei que igual a mim
Por mim sofrias porque também me amavas

O sofrimento que eu sofri apequenou-se
Ao ver em ti lágrimas de dor se derramando
Secar teus olhos doeu mais que a minha dor
A vida finda sem juntar mais nosso amor
Estais sofrendo e novamente estou chorando.

Marlene Souza


quinta-feira, 12 de junho de 2014

NOSSA HISTÓRIA

A lua cheia e uma taça de champanhe
Em frente à igreja na pracinha á beira mar
O teu amor a preencher meu coração
Me dá Saudade e uma vontade de chorar

A praia linda refletindo a luz da lua
Faz-me lembrar do brilho dos olhos teus
E no murmúrio do mar ouço a tua voz
A me chamar pra se aninhar nos braços meus

A brisa mansa me envolve suavemente
Como se o Atlântico quisesse me abraçar
Um cheiro bom de maresia me invade
Mas tu me faltas pra comigo caminhar

A mesma lua a flutuar no firmamento
Mas tanta coisa mudou entre eu e você
Eu já não sou e tu estás tão diferente
Mas não consigo por um instante te esquecer

O que passou não acabou ficou com a gente
É a herança que a memória armazenou
A nossa história cada vez tá mais presente
Te sinto aqui mesmo te sabendo ausente
Sem ver te vejo meu eterno e grande amor  

Marlene Souza