sexta-feira, 16 de maio de 2014

O AMOR

Vida e amor, um não existe sem o outro
Pois é o amor que faz a vida ser humana
Força invisível que impulsiona o mundo
E incendeia o coração com sua chama

Quem nunca amou é incapaz de perceber
Que o amor tem a fluidez de uma canção
Transcende o corpo e invade a alma de alegria
Aniquilando a agudeza da paixão

O amor consegue encher o ar de poesia
Pintar a vida em lindas cores cintilantes
Revelar n'alma o que existe em cada rosto
Dos poetas, dos profetas,  dos amantes

Quem ama fecha a escuridão pra ver a luz
No amanhecer de um sol que abre lentamente
E se contenta com um abraço cheio e leve
Encontra a paz que flui com a vida eternamente

Tudo é possível para quem crê no amor
E pega um raio de luz para iluminar-se
Percebe o amor como um recado de Deus
Que reanima e traz aragem aos dias seus
E faz da vida um doce barco a embalar-se

Marlene Souza - Caruaru PE

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O QUE DEUS FAZ

O que Deus faz é tudo sábio e grandioso
O mar azul, o céu,  a luz e o infinito
O vento, a lua, o sol e os arvoredos
A chuva e a flor que torna o mundo bonito

A neve, a brisa, a relva e os minerais
A noite e o dia clareando na alvorada
O rio manso vagaroso rumo à foz
A via láctea de estrelas pontilhada

As aves que plainam livres pelo ar
E os animais que habitam toda terra
Criou os peixes trazendo a vida pras águas
E a raça humana que sobre o planeta impera

Dotou o homem de razão e livre arbítrio
Pra discernir e escolher sempre o melhor
Plantou o amor no coração de todos nós
Com a sua Lei que devemos saber de cor

E fez em tudo o movimento evolutivo
O nada é, o tudo está,  sem distinção
Apenas Ele, é, sempre e eternamente
Sem ter começo, nem ter fim , onipresente
Amor e luz,  razão maior,  sublimação

Marlene Souza


terça-feira, 13 de maio de 2014

LUA CHEIA

Quisera hoje poder descrever-te
E expressar todo o meu sentimento
Ao ver-te linda, solta, livre e clara
Passeando sobre mim no firmamento

Em mim desperta uma doce magia
Que dói na alma e machuca as entranhas
Com sua luz suave, imensa e branca
A me envolver em sensações estranhas

Nunca me canso de mirar-te ao longe
Cheia de luz toda a se derramar
Luz de veludo macia que fere
A escuridão da noite e a imensidão do mar

Gosto de ver-te, vindo vagarosa
Cobrindo os rios e abraçando a Terra
Se acasalando com as nuvens brancas
Depois fugindo po detrás da serra

Enigmática, solitária e triste
A esnobar a multidão de estrelas
Me enfeitiça o teu luar prateado
Te apoderas dos enamorados
Que como o vento, correm para vê-la.

Marlene Souza

segunda-feira, 12 de maio de 2014

ESCRAVIDÃO

Povos livres das savanas africanas
No Brasil sentiram o horror do cativeiro
Na imundície de um navio negreiro
Começa a saga de uma brava raça humana

O seu martírio na viagem iniciava
Amontoados quase nunca se entendiam
Porque de tribos diversas eles descendiam
Só a "maldição" da cor os aproximavam

Na atmosfera sufocante dos porões
Desesperados tentam poder respirar
Bocas rachadas buscando água encontrar
Quando lá fora a chuva caía aos cordões

Muitos lançavan-se ao mar em desespero
O mal do banto e do escobuto a lhes ceifar
A própria língua usavam pra se sufocar
Vendo na morte o recurso derradeiro

No pelourinho acaba a dignidade
Logo virando objeto de transação
Na face mostra sofrer e humilhação
De um semelhante passa a ser propriedade

Na senzala sente o poder do chicote
A cafua, a palmatória e os grilhões
O tronco, a máscara, os açoites nas prisões
O trabalho forçado é a sua sorte

Pra ser livre lá no Paraguai lutou
Mas da guerra só voltaram mutilados
Seus senhores com comendas agraciados
E para os negros esmolar é o que restou

Defendeu a independência da Nação
Regou com sangue o progresso do Brasil
O país que hoje temos construiu
De um povo livre numa terra de irmãos

Não se curvou à instituição do cativeiro
Fugas em massa pros quilombos organizou
Aonde livres sem sem preconceitos sonhou
Junto a Zumbi seu líder mais verdadeiro

A restrição à liberdade é violência
O cativeiro é um crime de covardes
Mas Nabuco, Patrocínio e Castro Alves
Gritaram vivas ao ser livre e à decência

A liberdade não pode ser privilégio
Da raça "branca" , rançosa e desumana
É aspiração de toda condição humana
A escravidão foi um abuso,  um sacrilégio.

Marlene Souza







sexta-feira, 9 de maio de 2014

BENDITA

Bendita és tu que em noite fria e chuvosa
espanta o sono pra cuidar dos  filhos teus
Bendita és tu que tens o dom de dar a vida
Com maestria completa a obra de Deus

Bendita és tu que iluminas com amor
A longa estrada pra teus filhos percorrer
Bendita és tu perpetuada pela prole
Que mesmo morta não conguirás morrer

Bendita és tu perpetuada pela prole
Que doa a vida se o teu filho precisar
Bendita és tu que só quer como recompensa
Saber que a vida ao filho não vai maltratar


Bendita és tu que sabe educar com bondade
Mesmo severa se assim necessitar
Com paciência esperando o filho crescer
Ser pai primeiro e depois te valorizar

Bendita és tu que conduzes com esperança
Mesmo não sendo letrada ou esclarecida
Bendita és tu germinadora do Universo
Que canta o amor ao mundo inteiro em prosa e verso
Bendita és tu que dás amos que dás a vida

Marlene Souza