Caminhos da minha infância aonde andei
Correndo livre como o vento em desatino
Estais tão longe te apequenas na memória
Tu és igual, mas mudou tanto o meu destino
Representavas a avenida da minha vida
Onde passavam meus sonhos a desfilar
Te achava largo, como a imensidão do céu
Hoje és vereda onde mal posso passar
E tanto tempo se passou e eu voltei
Tão diferente te encontrei do que lembrava
A porteira que eu via pesada e grande
Virou cancela, meu lar já não mais estava
A casa de meu vô em frente à minha
Era tão longe, de uma pra outra eu corria
Verifiquei que em apenas alguns metros
Distanciava do chalé onde eu vivia
Não encontrei primas, amigas que brincava
Com as pedrinhas, no jogo: Escravos de Jó
De pula-corda, petecas de palha de milho
De Amarelinha, equilibradas num pé só
E no açude tão grande igualzinho ao mar
Só tinha um poço, tão pequeno, sem tamanho
Veio à lembrança do medo que eu sentia
De afogar-me quando ia tomar banho
O umbuzeiro imenso, tocando o céu
Onde eu subia pra brincar com meus irmãos
Virou apenas um arbusto maiorzinho
Molhei meus olhos de saudades, de carinho
Prefiro vê-los como está no coração.
Marlene Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário